quarta-feira, 2 de abril de 2008

Porque acreditamos em Deus?


Porque acreditamos em Deus?


Esta é a pergunta à qual uma equipa de investigadores da Universidade de Oxford vai tentar responder.
O objectivo do estudo não é tentar provar a existência ou não de Deus, mas antes determinar se a fé contribuiu para a sobrevivência e evolução da espécie humana, ou se, por outro lado, é um produto dessa evolução.Ao longo dos próximos três anos, os cientistas do Centro Ian Ramsey para a Ciência e Religião e do Centro de Antropologia e da Mente, em Oxford, vão realizar uma «abordagem científica ao porquê de se acreditar em Deus e a outros assuntos em torno da natureza e da origem da crença religiosa», afirmaram ao diário britânico "The Times".«Estamos interessados em explorar exactamente de que forma a crença em Deus é um fenómeno natural [na espécie humana]. Achamos que há mais de natural do que muitas pessoas supõem», explicou o psicólogo Justin Barret.Para Barret, que é cristão, os crentes são como crianças de três anos, que «assumem que os adultos sabem praticamente tudo o que há para saber».Isto porque as crianças, à medida que crescem, vão perdendo a tendência em crer na omnisciência dos outros - condição necessária para a socialização e cooperação entre seres humanos - mas a fé em Deus permanece inabalável.«Geralmente ela continua na vida adulta», afirmou o investigador britânico, considerando que acreditar «é fácil, é intuitivo, é natural».Os cientistas vão também investigar se a crença na vida depois da morte é algo que tem de ser ensinado ou se é uma característica inata ao Homem, produto da selecção natural, assim como outras questões, como por exemplo se os conflitos religiosos são inerentes à natureza humana.Os cientistas vão relacionar a religião com a biologia evolutiva, recorrendo ainda a outras disciplinas científicas ligadas à mente, da neurociência à linguística.O estudo conseguiu um financiamento de 2,5 milhões de euros da Fundação John Templeton, que apoia pesquisas na área da religião, ciência e espiritualidade.

Sem comentários: